Retirado do Manual das Pias Uniões de Filhas de Maria e adaptado pelo blog Donzela Cristã
Décimo sexto dia
Consideração do caminho do paraíso
I. Dois somente são os caminhos do paraíso: a inocência e a penitência. O que fiz eu da inocência? Acaso a perdi sem chorar sua perda, e sem arrepender-me? Acaso a fiz perder também a outros? Pobre inocência perdida tão cedo, por tão pouco e sem remédio!
II. Porém, tenho feito penitência de meus pecados? Que penitência? Quem sabe se os confessei todos, e com verdadeira dor, e com propósito eficaz? Talvez qualquer penitência determinada pelo confessor para satisfação de meus pecados, ainda que leve, me pareça intolerável! Nunca, ou quase nunca fiz penitências voluntárias. Em lugar de cilícios, jejuns, retiros e mortificações, cuidei em buscar todas as comodidades e prazeres.
III. E eu quero entrar desta maneira no paraíso? Mas por qual caminho? Devo entrar por um desses dois, ou pelo da inocência, ou pelo da penitência: pelo caminho da inocência já não posso, pelo da penitência não quero; como, pois, hei de salvar-me? Não há outro remédio senão este. Se não fiz penitência até agora, hei de fazê-la desde agora. Quero enveredar pelo caminho do paraíso enquanto tenho tempo. Quem sabe quanto tempo me resta viver? Talvez seja brevíssimo. Contudo, como este tempo brevíssimo de vida penitente posso ganhar o paraíso. Logo, por que não o faço assim?
Colóquio
Turris Davidica, ora pro nobis
A Filha de Maria: Ó minha terna Mãe, oque quereis que eu faça hoje para vos agradar?
Maria: Minha filha, dou-te por prática a resignação; recebe todos os trabalhos que te afligirem, todas as contrariedades, todos os sofrimentos como enviados por Deus para a salvação da tua alma.
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