Lembra-te ainda muito bem do belo dia da tua primeira Comunhão. Que profunda
comoção se apoderou de teus queridos pais naquela ocasião! Que é que os sensibilizava
tão intimamente o coração? Era o pensamento de que naquele dia uma grande felicidade
te ia ser concedida, porque o Divino Salvador, pela primeira vez, entrava em teu
coração infantil e te enriquecia com graças preciosas. Teus pais tinham toda a razão! O
dia da Comunhão é, sem dúvida, um dia de bênçãos, e isto se diz não somente da
primeira Comunhão, senão também de cada uma das que se seguem, contanto que seja
recebida digna e piedosamente.
1º- A Sagrada Comunhão te robustece e dá forças contra os perigos que ameaçam a
salvação da tua alma.
É justamente no tempo da mocidade, que podem invadir-te numerosas tentações e
perigos. Instalam-se, no coração inexperto nesse período de transição todas as espécies
de agitações e inclinações que o querem impelir as veredas do pecado. Vêm de fora
sugestões perigosas que, justamente nesta quadra, são numerosas. A donzela
freqüentando a companhia de outras, ouve conversas levianas que corrompem o coração
puro, ou lançam o desprezo e a zombaria sobre a doutrina e a organização cristã!
Quão perniciosamente atua a liberdade de costumes na mocidade, que já não permite se
lhe fale de outra coisa! Como são sedutores os exemplos das paixões e abundantes as
ocasiões de tornar a vida agradável, cômoda! Como é corrosivo o veneno que inúmeros
livros e revistas instilam no coração da mocidade! Sobremodo funesto e pernicioso pode
tornar-se para uma donzela, e às vezes por toda a vida, o capitular-se, na presença do
perigo e submeter-se ao seu mau influxo. Talvez já tiveste ocasião de observar como
toda a esperança, que se deposita numa árvore magnificamente florida, fica inteiramente
destruída por uma geada noturna ou por um granizo. Coisa semelhante acontece
também com muitas jovens nas quais os pais e parentes depositavam grande esperança.
Quão amarga foi à decepção destes! Quão triste lhes saiu e experiência com sua filha
que, nesta contínua agitação do mundo, veio a ser cada vez mais leviana!
Existe para a nossa mocidade uma proteção, tão importante e quão necessária contra os
perigos de toda a sorte. Esta proteção, donzela cristã, é a que te oferece a Comunhão
freqüente e bem feita. Se quiseres comungar freqüentemente, deves também confessarte
amiúde, e forçoso se torna que lances, a cada instante, um olhar perscrutador para o
teu interior e para a vida externa. Cumpre-te vigiar sobre ti mesma, sobre tuas tentações
e tuas amizades, o que se incitará ao combate contra as tuas más inclinações.
Depois, na Sagrada Comunhão, o Divino Salvador virá ao teu coração juvenil. Ele,
Deus infinitamente puro e santo; Ele, nosso bom Pastor e dispensador de graças,
infiltrará em tua alma bons pensamentos; despertará em ti santas resoluções e salutares
propósitos; fortificará a tua alma com a sua graça, para que a despeito da inata fraqueza,
te guardes mais facilmente do pecado e com firmeza resistas aos perigos morais.
Verificar-se-ão em ti as palavras do Divino Salvador: “Assim como me enviou o Pai
que vive, e eu vivo pelo Pai, assim o que comer a mim, esse mesmo também viverá por
mim”. (Jo. 6,59). Com razão fala a este propósito Santo Agostinho: “Aquele que recebe
dignamente este pão, que é o Corpo de Cristo, deve necessariamente morrer para vida
de pecados e seguir uma vida nova”.
2º- A Sagrada Comunhão te fortalece no esforço também para a conquista da virtude e da perfeição...
Não é bastante que te guardes cuidadosamente do pecado e seus perigos, deves,
outrossim, esforçar-te seriamente na aquisição da virtude e da perfeição. O corpo da
donzela se distingue pela graça e beleza, pela força e elastidade.
Não se dá o mesmo com tua alma?
Enquanto é belo o corpo, houvera por ventura a alma de ser feia e abominável?
Não, mil vezes não! Que a alma se adorne pela elevação espiritual, pelo entusiasmo de
um ideal, pelo sério esforço para conquistar a virtude. Só então serás graciosa e bela,
quando possuíres a beleza de alma e de coração. Há duas virtudes principais que te
comunicam grande beleza de alma e geral popularidade: a modéstia e a pureza de
coração. Há duas virtudes principais que te comunicam grande beleza de alma e geral
popularidade: a modéstia e a pureza de coração.
Com prazer contemplamos uma bela flor, em cuja corola descansa uma gota de orvalho,
onde se espelha, docemente, a imagem do sol brilhante. Mil vezes e mais encantadora é
sem dúvida a alma pura e modesta da jovem cristã, que irradia maravilhosamente a
imagem do Deus infinito. Tão surpreendente é esta alma que o próprio Espírito Santo
exclama extasiado: “Oh! Quão formosa é a geração casta com seu brilho! A sua
memória é imortal, e é louvada perante Deus e perante os homens”. (Sab., 4,1).
Ora, estas duas virtudes, que constituem antes de tudo o encanto de teu juvenil coração,
tu as conseguirás e conservará, se receberes com freqüência e boas disposições a
sagrada Comunhão. E não serias humilde e modesta, se recebesses muitas vezes, em teu
coração o Divino Salvador, que em verdade pode dizer de si mesmo: “Aprendei de mim
que sou manso e humilde de coração”. (Mt., 11,29)
A jovem que se apresenta, assiduamente, à mesa do Senhor e recebe com piedade a
Sagrada Comunhão, não escandalizará as colegas com seus ares vaidosos, altivos e
soberbos; muito pelo contrário, com seu proceder recatado e modesto será para elas
motivo de edificação. E não é na Comunhão freqüente que o Divino Salvador, o casto
Filho de uma Mãe pura, desperta em teu coração o amor à pureza, e com força celeste
aparelha-te contra os perigos e tentações, que nesta matéria, sem tua culpa, podes
encontrar? É o que provam também a história e a experiência de cada dia.
São Felipe Néri foi até a sua idade avançada confessor zeloso, sábio e mui procurado
pela mocidade romana, o que lhe valeu grande cabedal de experiência. Quando velho,
formulou esta sentença que todas as moças deveriam trazer bem gravada no espírito ou
no coração: “A Comunhão freqüente, unida ao amor à Bem-aventurada Virgem Maria,
não é somente o melhor, mas o único meio de conservar numa jovem a pureza de
costumes e a vida de Fé, e se ela vier a cair, há de levantá-la novamente e curar-lhe
ainda a fraqueza”.
Quero acrescentar o testemunho de um padre francês muito considerado e virtuoso, o
conhecido Mons. De Ségur, que, igualmente durante muitos anos se dedicou à direção
espiritual da mocidade. Escreve ele em um de seus livrinhos: “Conheci almas nas mais
variadas situações da vida e, principalmente em grandes perigos para sua inocência, as
quais cercadas da imundície da impureza se conservaram puras como anjos. Como era
isso possível? É que se confessavam e recebiam a sagrada Comunhão cada oito dias.
Posso afirmar que, em Paris, no meio de oficinas corruptoras, aprendizes e jovens
operários que tinham coragem de se mostrarem cristãos, e que recebiam todos os
domingos e dias santos a Sagrada Comunhão, com muita admiração conservavam-se
puros e castos, semelhantes àqueles peixinhos prateados, que até mesmo em lagoas
turvas e imundas, nada perdem do seu brilho!
Muitos há também – Deus seja louvado!- entre os estudantes de Faculdade de direito e
de medicina, que preferem à salvação de sua alma aos prazeres materiais. No meio de
um mundo libertino e amoral, mantêm viva a Fé. Junto ao Divino Redentor, no
Santíssimo Sacramento do altar, encontram força e energia para dominar as paixões,
guardar intacta a inocência, e como dignos filhos de Deus e de sua boa Mãe, transcorrer
a vida com a fronte erguida e os olhos puros”.
Quero acrescentar o testemunho de um padre francês muito considerado e virtuoso, o
conhecido Mons. De Ségur, que, igualmente durante muitos anos se dedicou à direção
espiritual da mocidade. Escreve ele em um de seus livrinhos: “Conheci almas nas mais
variadas situações da vida e, principalmente em grandes perigos para sua inocência, as
quais cercadas da imundície da impureza se conservaram puras como anjos. Como era
isso possível? É que se confessavam e recebiam a sagrada Comunhão cada oito dias.
Posso afirmar que, em Paris, no meio de oficinas corruptoras, aprendizes e jovens
operários que tinham coragem de se mostrarem cristãos, e que recebiam todos os
domingos e dias santos a Sagrada Comunhão, com muita admiração conservavam-se
puros e castos, semelhantes àqueles peixinhos prateados, que até mesmo em lagoas
turvas e imundas, nada perdem do seu brilho!
Muitos há também – Deus seja louvado!- entre os estudantes de Faculdade de direito e
de medicina, que preferem à salvação de sua alma aos prazeres materiais. No meio de
um mundo libertino e amoral, mantêm viva a Fé. Junto ao Divino Redentor, no
Santíssimo Sacramento do altar, encontram força e energia para dominar as paixões,
guardar intacta a inocência, e como dignos filhos de Deus e de sua boa Mãe, transcorrer
a vida com a fronte erguida e os olhos puros”.
Visto, pois, ser-te a Sagrada Comunhão tão importante, não te aproximes, pois,
raramente da mesa do Senhor. Faze-o, de bom grado, pelo menos cada mês, se te permitirem os teus deveres de estado. Escolherás o tempo mais oportuno, esforçando-te
o mais possível e dispondo-te, quanto melhor puderes. Se, apesar de toda a tua vontade
não o conseguires, não difiras a Sagrada Comunhão para além de dois meses. Se
quiseres, porém, comungar mais amiúde, por exemplo, de quinze em quinze dias, ou de
oito em oito dias, ou mais vezes na semana, ou mesmo cada dia, será tanto mais
agradável ao amado Salvador, quanto mais proveitoso para ti. Muitas jovens pela
comunhão freqüente correspondem fielmente ao desejo do Papa Pio X – que o maior
número possível de católicos recebam a Sagrada Comunhão diariamente.
Que esplêndidas conquistas de virtudes e espírito cristão seriam para a nossa mocidade
feminina se o hábito da Comunhão freqüente ou diária cada mais se generalizasse entre
a juventude. Prepara-te, pois, cada vez de modo conveniente, para a Sagrada
Comunhão, com fervor e delicadeza de consciência, mas sem perturbação nem
ansiedade. Aproxima-te da comunhão com profunda humildade e reverência, pois é o
Deus infinitamente grande e santo, o Senhor dos exércitos, que vem a ti. Por outro lado,
achega-te com grande desejo e filial confiança ao Divino Salvador, bom Pastor das
nossas almas, o nosso misericordioso Samaritano, que, quer, com Seu amor infinito e
Sua misericórdia, hospedar-Se contigo, a fim de te fortalecer em tuas tentações e
fraquezas. Ele merece tua confiança incondicional e inabalável.
Depois de teres recebido o Divino Salvador, aproveita do melhor modo que puderes o
tempo que se segue, imediatamente à Comunhão. Dedica-Lhe pelo menos um quarto de
hora completo de oração. Neste precioso tempo Ele está em teu coração como em seu
trono de graças, pronto para te enriquecer com os tesouros de suas bênçãos e de seus
favores. Apresenta-Lhe então, com toda a confiança, as tuas súplicas e as dos teus
amigos e parentes. Não te entregues, a grandes dissipações, durante o dia da Comunhão,
mas de tempos a tempos volta-te, por meio de pequenas jaculatórias, para o teu Salvador
que pela manhã te distinguiu com tamanho amor e tanta honra.
[Pe. Matias de Bremsheid, Donzela Cristã, Paulinas]
Senhorita Bárbara, boa noite, Ave Maria!
ResponderExcluirQuero parabenizá-la, pelo seu lindo e apostólico Blog. Peço à Nossa Senhora do Carmo, que derrame copiosas bênçãos sobre vós, a vossa família e ao vosso apostolado. A nossa Santa Madre Igreja precisa de filhas dedicadas e generosas como vós. Podeis contar com minhas pobres orações.
Congratulações de seu novo amigo em Cristo Jesus.
Troquemos orações para o bem do Reino de Deus, pois, ele está dentro de nós.
Pax Tecum!
Ave Maria!