Sobre bebidas, bebedeiras e bêbados.

Para iniciar este artigo, nada melhor que apresentar a visão da Igreja, tendo em vista que ainda existem muitos que acreditam ser pecado o ato de ingerir bebidas alcoólicas.

“A virtude da temperança manda evitar toda espécie de excesso, o abuso da comida, do álcool, do fumo e dos medicamentos.” (CIC, 2290)

Posto que a Igreja condena apenas o excesso do álcool, continuemos nossa reflexão.

Pode uma moça Católica consumir bebidas alcoólicas?

Sim. Entretanto, no Brasil só podem ingerir bebidas alcoólicas os maiores de 18 anos. Devemos obedecer aqueles que foram constituídos em autoridade diante de nós, a menos que a obediência nos leve ao pecado, o que não é o caso.

Pode uma moça Católica embriagar-se?

Não bebas vinho até embriagar-te, e a embriaguez não te acompanhe em teu caminho. (Tob 4,15)

Existem coisas que são boas em si mesmas, coisas que são más em si mesmas e aquelas que são indiferentes. Tudo o que é indiferente pode tornar-se mau ou bom mediante o tipo de uso que lhe é conferido. Beber é indiferente. Torna-se mau quando é em excesso, impulsionado pela gula, gerando embriaguez.

Embriagar-se pode ser lícito em alguma circunstância? É pecado venial ou mortal?

“À gula se referem a intemperança no beber até à perda do uso da razão (embriaguez), a qual, se é perfeita, isto é, se chega a impedir completamente o uso da razão, é pecado mortal “ex genere suo”, se causada sem motivo suficiente.”

“Por graves razões, provavelmente, pode permitir-se a embriaguez, como por exemplo, para curar uma doença ou para com mais segurança submeter-se alguém a uma operação cirúrgica. Afastar a melancolia não é motivo suficiente para embriagar-se. A embriaguez que priva só parcialmente do uso da razão (imperfeita) é somente pecado venial, mas poderia tornar-se mortal pelo dano ou escândalo produzido, pela tristeza que poderia causar aos pais, etc.”

[Compêndio de Teologia Moral, Del Greco;

edição em PDF, pp. 56-57]

Convenhamos que é extremamente deselegante encontrar uma moça bêbada, trôpega, vagando sem rumo pelas ruas. Não é pra isso que fomos feitas! Merecemos mais que isso, muito mais! Antes que venha se insurgir algum discurso sugerindo que o blog Donzela Cristã é machista, deixo claro: Homens também abundam em deselegância quando estão embriagados. O mau hálito, as frases desconexas, a falta de senso do ridículo... Enfim, é a aniquilação do autodomínio.

Existem moças que se incomodam com o fato de seus namorados beberem, principalmente cerveja. Isso se deve a uma aversão ao estado em que as pessoas ficam quando começam a beber. O que se pode fazer nesses casos?

Bem, a moça deverá ponderar. Se o namorado não se excede nas bebidas,  é controlado, ela deverá colocar em uma balança suas qualidades e defeitos. Quando se inicia um namoro, deve-se ter em mente as qualidades fundamentais que o rapaz deve ter e aquelas não fundamentais que, se ele tiver, ótimo, se não tiver, tudo bem. A perspectiva católica de namoro é a de uma preparação para o sacramento do matrimônio. Depois de casados, os defeitos só tendem a se agravar tanto num cônjuge como no outro. Por mais que seu namorado beba controladamente, se você não consegue tolerar isso de forma alguma, não é aconselhável prosseguir com o namoro, afinal, não se pode casar com a vã ilusão de que ''um dia ele irá melhorar''. Salvo raríssimas exceções, isso não acontecerá.
Entretanto, se o rapaz se excede na bebida, não procura melhorar e crescer na virtude da temperança, o melhor que se tem a fazer é abandonar o barco enquanto é tempo. Por mais que doa agora, doeria muito mais depois de casados.

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Obs.: Agradeço a leitora Nur, por ter nos ajudado sugerindo este tema tão interessante de ser trabalhado. Se você tem alguma ideia de tema que gostaria de ver exposto no blog Donzela Cristã, envie-me um e-mail! barbaramegahos@gmail.com