quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

E beijo de língua? Tá tudo bem? Todo mundo me diz uma coisa diferente...



(Imagino que algumas de vocês venham a ficar chocadas com o que vão ler aqui. Eu também fiquei, da primeira vez que li algo sobre isso. Por favor, saia da defensiva e leia com atenção. Lembramos que o texto não traz o posicionamento oficial da Igreja Católica, mas uma reflexão pessoal).

Retirado do blog Vida e Castidade
E beijo de língua? Tá tudo bem? Todo mundo me diz uma coisa diferente...

Por Jason Evert (www.castidade.com)


Quando se fala de pecados de impureza, muitas pessoas pensam: “Se é um pecado mortal, então eu não quero. Mas se for só pecado venial, então não quero perder!”. Precisamos deixar de lado essa idéia minimalista que se foca em “até onde podemos ir sem ofender a Deus”. Mesmo o menor pecado divide, enquanto a pureza faz nascer o verdadeiro amor. Elizabeth Elliot escreveu em seu livroPassion and Purity: “Como posso falar de alguns beijos imprudentes para uma geração que cresceu sendo ensinada que quase todo mundo vai pra cama com todo mundo? Daqueles que vagueiam no mar da permissividade e dos excessos, será que existe alguém que ainda olhe para o céu em busca do farol da pureza? Se eu não acreditasse que existe alguém assim, sequer me importaria em escrever.” [1]

Eu costumava ter como certo que todo mundo sabia que beijo de língua é sexualmente excitante, especialmente para um rapaz. Mas eu tenho encontrado mulheres que se mostram surpresas quando descobrem que um homem fica sexualmente excitado por um beijo ardente (ou antes dele). O beijo de língua é profundamente unitivo, já que a penetração de uma pessoa dentro de outra é parte daquele “tornar-se um” com ele ou ela fisicamente. Esse beijar ardente e sensual diz para o corpo de um homem que este deve se preparar para o ato sexual, e quando um homem fica excitado, geralmente ele não fica satisfeito enquanto não atinge o ápice.

Portanto, o beijo de língua provoca o corpo com desejos que não podem ser moralmente satisfeitos fora do casamento. Para o casal que está guardando o sexo para o casamento, o beijo de língua é como um garoto de quinze anos sentado no carro, na saída da garagem, só acelerando o carro estacionado, porque sabe que não tem carteira de motorista.

Eu acredito que o problema moral com beijo de língua é mais difícil de ser entendido pelas garotas, porque elas tendem a se excitar sexualmente de uma maneira mais gradual do que os rapazes. Se a excitação de uma mulher pode ser comparada com um ferro de passar esquentando pouco a pouco, a de um rapaz poderia ser comparada com o acender quase instantâneo de uma lâmpada elétrica. As reações sensuais em um rapaz tendem a ser mais imediatas, e quando a chama da excitação sexual se acende, um homem geralmente quer ir além.

Ele pode até se contentar por uns tempos somente com os beijos. Mas quando um casal tem episódios recorrentes de “amassos” ardentes, e tentam estabelecer os limites nesse ponto, uma das duas coisas vai acontecer: ou os limites originais vão desaparecer, ou então a frustração vai tomar conta de tudo. No primeiro caso, a excitação sexual vai se tornar rotina, e o casal vai começar a justificar novas formas de intimidade física. Talvez eles consigam parar na primeira, na segunda ou na terceira vez, mas gradualmente os antigos limites vão cedendo, porque eles começam a experimentar esse poder intoxicante de ligação que Deus reservou para os cônjuges no casamento.

No segundo caso, um dos dois poderá acabar ouvindo a mesma coisa que essa garota ouviu: “Meu namorado e eu não passávamos de uns 'amassos', mas recentemente ele me perguntou depois que nos beijamos: ‘Você nunca se sente... entediada? Nunca enjoa disso?’”

Frequentemente eu recebo e-mails de casais abstinentes que dizem que realmente se amam e querem permanecer na pureza, mas continuam sempre caindo de novo e de novo nos mesmos pecados sexuais. Eles estimularam esses desejos, e descobriram que eles não são facilmente controlados, uma vez despertos. Esses casais querem ficar em cima do muro, e manter alguma intimidade sexual ao mesmo tempo em que evitam ir “muito longe”. Mas eles estão descobrindo que homem e mulher não foram feitos para funcionar desse modo. A pureza angelical é mais fácil de se viver do que apenas 50% de pureza, porque você não está constantemente provocando a si mesmo.


Entretanto, algumas pessoas dizem que beijo de língua não é lá esse problema todo, e que não tem muita importância. Mas será que não existe algo em você que gostaria que esses beijos significassem algo? Quanto mais damos de nós mesmos, tanto menos valorizamos o dom do nosso corpo e de todo o nosso ser (e as pessoas respondem nos tratando com menos respeito também).

Pergunte a si mesmo o que valem seus beijos. Será que eles são uma maneira de retribuir a um rapaz por uma noite bacana? Será que eles são uma solução para o tédio em um namoro? Será que eles são um modo de encobrir as dores ou a solidão? E pior, será que eles são apenas por pura “diversão”? Se a resposta para qualquer uma dessas perguntas for um sim, então já esquecemos o propósito de um beijo, e o significado da intimidade. Portanto, não trate partes de sua sexualidade como “sem importância”. Todo seu corpo é de uma importância infinita, e isso inclui seus beijos. Quando percebemos isso, o mais simples dos beijos passa a ter um valor inestimável, “não tem preço”, e traz mais proximidade e alegria do que 100 “ficas” ou encontros sexuais casuais.

O que acontece com o jovem bem intencionado é que a intimidade inicial e a excitação de um beijo se enfraquece quando ele ou ela começa a dar esses beijos indiscriminadamente, como quem aperta uma mão. O significado profundo dos simples atos de afeição lentamente se perde. O mundo gosta de nos dizer que estamos ficando mais “habilidosos” no namoro, mas na verdade estamos apenas nos tornando insensíveis.

Então, antes de fazer tudo de novo, pense em guardar a paixão ardente para seu esposo ou esposa. Não apenas sua pureza será um dom e presente para seu cônjuge, ela vai fazer a afeição dele ou dela mais única para você também. No longo prazo isso vai unir os dois muito mais do que todas as “experiências” que o mundo recomenda que você tenha antes de se casar.

No colégio, eu não pensava duas vezes antes de dar esse tipo de beijo. Meu pensamento era que outras pessoas estavam fazendo coisas piores, então não tinha muito problema o que eu fazia. Agora eu desejaria ter guardado esses beijos para minha esposa, ao invés de distribuí-los por aí com garotas que nunca mais vi de novo depois que terminou o tempo de colégio. Mas na época eu não pensava no futuro. Eu apenas via meus colegas de sala e achava que esse era o modo como as coisas eram. Quando meus relacionamentos amadureceram e se aprofundaram, e eu comecei a rezar por eles, eu deixei esse tipo de beijo de lado, porque ele sempre acendia o desejo de ir além. Ele também estava levando os outros aspectos do relacionamento a um segundo plano. Eu sabia no meu coração que não poderia dizer com segurança que esse tipo de intimidade estava agradando a Deus.

Então eu tive uma conversa com uma namorada no começo de um relacionamento, e nós concordamos em fazer esse sacrifício. Isso foi uma grande bênção, e eu imediatamente pude ver como o relacionamento era mais santo e cheio de alegria. Nós nunca éramos perfeitos, mas pela primeira vez eu vi que, quanto mais beijos ardentes havia no relacionamento, menos havia de qualquer outra coisa. Isso foi uma coisa que não pude entender enquanto não experimentei.

Eu encorajo você a dar uma chance, tentar. Deixe de lado os beijos de língua nos namoros, e guarde-os para o casamento. Mantenha a afeição simples. Se é muito difícil para você aceitar isso, então tenha a honestidade de se perguntar porque. Se você não pudesse dar um beijo de língua no seu namorado, isso iria impedir sua capacidade de amá-lo? Será que, deixando de dar um beijo de língua em sua namorada, isso vai impedir sua capacidade de glorificar a Deus ou de levá-la para o céu? O quanto nossas intenções estão direcionadas para nossa gratificação pessoal, e o quanto estão direcionadas para a glorificação de Deus?

Falando em termos simples, a moralidade sexual diz respeito a glorificar Deus com nosso corpo. O modo com que você usa sua sexualidade deve refletir seu amor por Deus e deve expressar o amor de Deus para os outros. Se uma área parece cinzenta, então não entre nela. Faça apenas as coisas que você seguramente sabe que glorificam a Deus.

Se você tem dificuldades nesse assunto, leve isso para a oração. Se você deseja verdadeiramente conhecer a vontade de Deus com relação à pureza, eu sei que Ele vai lhe mostrar. Você tem só que ficar com Ele o tempo suficiente para ouvi-lo. Com certeza, isso é difícil, mas o amor está pronto a sacrificar grandes coisas, bem como as pequenas, pelo bem da pessoa amada.

É cada vez mais comum eu ouvir casais que guardam seu primeiro beijo para o dia do casamento. À primeira vista isso pareceu loucura para mim, mas então eu percebi que eles não estavam evitando os beijos porque achavam que era pecado ou porque não conseguiam se controlar, mas sim porque eles estimavam tanto, viam tanto valor em um simples beijo, que eles desejavam que Deus e o mundo testemunhassem o seu primeiro. Seu primeiro beijo poderia ser oferecido como uma oração.

Com tudo isso que foi dito, não devemos ficar presos em saber o quão próximos podemos chegar do pecado. Quando nossos corações estão bem com Deus, estamos preocupados com o que é verdadeiramente puro, e em como podemos glorificar a Deus com nossos corpos. Queremos que cada um de nossos atos de afeição seja um reflexo do fato de que Deus vem em primeiro lugar em nossas vidas. Enquanto não chegarmos a esse ponto, teremos dias muito difíceis tentando discernir entre o que é amor e o que é luxúria.

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[1]. Elisabeth Elliot, Passion and Purity (Grand Rapids, Mich.: Revell, 1984), 131.


Traduzido de: http://www.chastity.com/chastity-qa/how-far-too-far/kissing/french-kissing-bad-every
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Apêndice

Considerações do Pe Royo Marín a respeito do tema:


602. 2.° Beijos e abraços.
a) Constituem pecado mortal quando se tenta com eles excitar diretamente o deleite venéreo, embora se trate de parentes e familiares (e com maior razão entre estes, pelo aspecto incestuoso desses atos).

b) Podem ser mortais, com muita facilidade, os beijos passionais entre noivos (embora não se tente o prazer desonesto), sobre tudo se forem na boca e se prolongam algum tempo; pois é quase impossível que não representem um perigo próximo e notável de movimentos carnais em si mesmo ou na outra pessoa. Quando menos, constituem uma falta maior de caridade para com a pessoa amada, pelo grande perigo de pecar a que a expõe. É incrível que estas coisas possam fazer-se em nome do amor (!). Até tal ponto os cega a paixão, que não lhes deixa ver que esse ato de paixão sensual, longe de constituir um ato de verdadeiro e autêntico amor—que consiste em desejar ou fazer o bem ao ser amado—, constitui, em realidade, um ato de egoísmo refinadíssimo, posto que não vacila em satisfazer a própria sensualidade até a costa de lhe causar um grande dano moral à pessoa amada. Diga-o mesmo dos toques, olhares, etc., entre esta classe de pessoas.

c) Um beijo rápido, suave e carinhoso dado a outra pessoa em testemunho de afeto, com boa intenção, sem escândalo para ninguém, sem perigo (ou muito remoto) de excitar a própria ou alheia sensualidade, não pode proibir-se em nome da moral cristã, sobre tudo se houver alguma causa razoável para isso; v.gr., entre prometidos formais, parentes, compatriotas (onde haja costume disso), etc.

Do livro "Teología Moral para seglares" do renomado teólogo dominicano Pe. Antonio Royo Marín, O.P.


Antes de jogar tomates em cima de mim, reflita a respeito e ore pedindo ao Espírito Santo o discernimento. Se Deus te chamasse pra a vida religiosa, você abriria mão até mesmo do chamado selinho, certo? Por que, então, há tanto receio em nosso meio de abrir mão do chamado beijo de língua? Como Cristãs, devemos evitar todas as ocasiões de pecado. Colocar-se em ocasião de pecado, já é pecar. Lembremos!


Rogai por nós Santa Mãe de Deus
Para que sejamos dignos das promessas de Cristo!


Toda virtude em sua alma é um ornamento precioso que o torna querido para Deus e para os homens. Mas a santa pureza, a rainha das virtudes, a virtude angélica, é uma jóia tão preciosa, que aqueles que a possuem se tornam como os anjos do Ceú, mesmo que envoltos em carne mortal.
São João Bosco


20 comentários:

  1. Barbara, teologicamente falando, considero bem problemático afirmar que o beijo de língua seja pecado. Em primeiro lugar porque, até onde me conste, não há nenhum documento da Igreja que indique isto (o testemunho de um teólogo, mesmo que renomado, não obriga a consciência). Segundo, porque a própria Igreja afirma que o exercício da castidade varia conforme as condições e lugares. Neste sentido, determinar limites muito rígidos além dos já tradicionais (como abstinência pré-marital)pode ser uma solução muito útil para certos casais, mas não me parece que possa ser universalizado. É importante lembrar que um católico só pode afirmar algo categoricamente em termos de doutrina se a Igreja afirme tal coisa explicitamente. Fora isso, é claro que qualquer católico pode ter suas próprias posições, mas não pode afirmá-las como se obrigassem aos outros fiéis em consciência, porque não obrigam.

    Paz e Bem

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  2. Pedro Ribeiro, em que momento eu AFIRMEI que beijo de língua é pecado?

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  3. Salve Maria!

    Sempre quando se coloca a questão do beijo de língua no namoro surge alguém - ou muitos alguéns, rs - para dizer que o beijo de língua não é pecado e que se tem que considerar cada caso... O problema é que o beijo não é pecado, assim como o sexo não é pecado, mas no caso do texto foi falado que o beijo de língua no namoro é pecado, assim como afirmaram vários santos da Igreja. Estamos falando do beijo no namoro, mas a desonestidade é se chegar e dizer "o beijo não é pecado" mas é óbvio que o beijo não é pecado por si só, no texto o Jason Evert falou do beijo no namoro...

    Acho fascinante a forma como o Jason Evert conclui de certa forma com essa pergunta: "Se você não pudesse dar um beijo de língua no seu namorado, isso iria impedir sua capacidade de amá-lo?" para mim isso poderia resumir todo o texto dele, antes de ficarmos dando desculpas para o pecado venial, poderíamos lembrar sempre dessa pergunta...

    Fique com Deus

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  4. Bárbara e Débora,

    Também não disse que você afirmou, ainda que tenha sido esta a minha impressão. Afinal, se você cogita a possibilidade do beijo de língua no namoro ser pecado mortal, supõe que você já o considere pelo menos venial.Peço desculpas se pareci ofensivo. Não foi a intenção.

    De qualquer reconheço que me expresei mal.Quando falei em meu comentário somente "beijo de língua", entenda-se "beijo de língua no namoro" e de resto minha posição é a mesma.

    Amo e respeito o testumunho dos santos (não podería ser diferente para um católico, mas nós sabemos que ele não é suficiente para obrigar em consciência, até porque mesmo os santos já discordaram entre si.=

    Sei que pode parecer uma insistência chata, mas eu lembro: só o Magistério pode obrigar um católico a crer que o beijo de língua no namoro é pecado. Eu eu não conheço nenhum documento nesse sentido (posso, é claro, estar enganado).

    Enfim, é isso. Expus mais ou menos o mesmo posicionamento no post sobre biquíni. Considero-o o mais conforme à doutrina católica.

    Fiquem com Deus

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  5. Pedro, todo beijo de língua tem caráter sensual. Se o de alguem nao tiver, é pq esse alguem beija mal rs
    Os movimentos tendem ao sexy, é inegável. Estimula o deleite venéreo. Nem tanto para as meninas, mas mais para os garotos. Logico que depois de tantos beijos de lingua, gera-se uma insensibilidade...
    Eu não vejo como o ideal dar este tipo de beijo no namoro. Na minha humildade opinião, não convém. De fato, não há algo específico em algum documento, mas na Sagrada Escritura diz que se um homem olha com desejo para uma mulher, ja adulterou com ela no seu coração. Se o beijo de lingua nao te inclina aos prazeres da carne, nao te da desejo sexual (e nem a sua namorada) e te ajuda a viver a pureza, o afeto, vai fundo! Mas, se você sente que te centra mais no carnal, é melhor esquecer. Isto que o Jason fala no texto, que qto mais tem bjo de lingua no namoro, menos de outras coisas tem, é uma verdade grande. O namoro é tempo de conhecimento mútuo. É no mínimo imprudente perder tanto tempo do namoro com beijos como os de língua.

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  6. Em nosso namoro experimentamos exatamente isso. Eu desde o inicio julgava pecado pela criação que tive, e depois de um tempo de namoro conversamos e concluimos que era melhor não beijarmos assim. Manter a castidade ficou incrivelmente mais prático. E para fugirmos das situações de pecado evitamos ficar sozinhos.

    Eu realmente não entendo como alguem que se julgue verdadeiro católico pense diferente. Desculpa...

    Só consigo ver como desculpas para sua fraqueza. Nós não somos robozinhos que temos que evitar ou fazer coisas segundo o que a Igreja define. Nós seguimos a Igreja sim e temos a obrigação de o faze-lo, mas não se limita a isso. A Igreja dificilmente vai um dia definir categoricamente se tais coisas são pecado. Não lhe é própria esse tipo de "invasão" a particularidade e privacidade.

    Mas uma vez que tenhamos entendido o sentido católico do sexo, do amor entre casais, do carinho. a UNICA conclusão possivel é essa: há de se evitar.

    Não sei sua idade, ou quantos namoros vc teve, ou o tempo que duram ou duraram, mas seja sincero com vc mesmo e reflita: Os beijos de lingua serviram para aproximar vc de tentações contra a carne ou afastaram?

    Desculpe a rudeza, mas não imagino que qq homem jovem e saudavel consiga dar beijo de lingua sem ficar excitado.

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  7. A Igreja não precisa falar de tudo, e duvido que vá falar de beijo de língua. Trata-se de algo muito íntimo e que precisa ser verificado no íntimo de cada um, como o Autor deixou bem claro. Não vai falar disso pelo simples fato de que o beijo de língua não é, nunca foi, nem nunca será pecado por si só. O problema é o que você faz com esse beijo. Tornar pecaminoso o beijo de língua por si só seria, no mínimo, puritanismo.

    Por outro lado, há atos que são feitos para chegar a certos objetivos. Se não não chegam é por falharam de alguma forma. Por exemplo: em uma missa não se toca bateria, não porque a bateria está proibida, já que instrumento nenhum está, mas o instrumento precisa levar à meditação, à contemplação. A bateria leva? Se conseguir essa proeza, faça uso. A mesma coisa é o beijo de língua. Ele é feito para abrir caminho para atos mais profundos de sexualidade, atos que devem estar restritos ao casamento. Porque se arriscar a chegar no limiar? Porque não viver a castidade de forma segura, já que sabemos que não somos perfeitos e nem "de ferro"? Cair na mesmice, quando se dá o beijo de língua corriqueiramente, ou ir para águas mais profundas depois dele, são consequências lógicas. Essas consequências não deveriam nem ser aventadas, quanto mais passarem a existir.

    Penso que seja por ai. Mas documento da Igreja dizendo o que pode e o que não pode, com listinha de pecado, pode ter certeza que ninguém vai ter.

    P.S.: em tempo, ótimo blog. Já estou seguindo e está indicado para o grupo de coroinhas (meninos e meninas) que eu e minha esposa coordenamos.

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  8. Obrigada pelas excelentes contribuições Leandro e Emanuel! Fico feliz que homens venham aqui também nesse cantinho pensado para as moças, pois com vocês falando fica mais fácil dos outros moços que também vem aqui compreenderem. Que Deus os abençoe muito!

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  9. Primeiramente, gostaria de reforçar que ninguém pode afirmar que o beijo de língua, por si só, é pecado. Mas também não se pode negar que o que te faz chegar ao beijo ou a quê o beijo te faz chegar é, de fato, pecar conta a pureza. Digo aqui do famoso "ficar" e também da excitação que o beijo pode causar. Porém, citando o comentário do Emanuel, eu, particularmente, mas não somente, sou capaz de meditar, orar, adorar em uma Santa Missa onde o coro seja acompanhado também por uma bateria. Desde que este instrumento seja tocado de forma correta, agradável e sóbria. A bateria pode tanto te fazer pular até cansar como acompanhar um violão, quase sem aparecer, somente marcando o compasso, tornando a música mais harmoniosa e bela. Digo isso, porque entendo o beijo como essa bateria. Se o teu namoro se resume a sentar no sofá e beijar na boca, obviamente concordo com tudo que foi escrito no texto, assim como se saísse beijando qualquer um que encontrasse na rua. Porém, já namoro há tempo suficiente para afirmar que o beijo de língua pode ser encarado de forma diferente. Consigo, com toda certeza, em um beijo, transmitir o imenso carinho e afeto que sinto pela pessoa amada, que talvez não conseguiria com as palavras. E isso sem me excitar e sem levá-la a isso. Um bom beijo após um "eu te amo" faz muito bem para a relação e não ofende a minha pureza. Não abro mão do beijo, enquanto namorado, da mesma forma com que não abrirei mão do sexo após casado, a não ser que isso me seja obrigado pelas circunstâncias. Continuarei beijando na boca, não desenfreadamente ou sexualmente intencionado, é claro. Pois aprendi que através da oração e, principalmente, de um diálogo aberto sobre todos os assuntos, inclusive sobre os pecados, nos leva à maturidade espiritual e ao autocontrole, de modo a podermos discernir o que convém ou não. No meu caso, o beijo convém. E digo mais: sou capaz de afirmar que em alguns casos o beijo pode até mesmo ajudar na santificação do casal de namorados. Da mesma forma com que o sexo pode ser fonte de cura e santificação para os cônjuges. Finalizo meu comentário, deixando bem claro que é uma opinião pessoal. Na verdade, um relato da minha experiência em assuntos de beijo e santidade. rsrsrs Compreendo a visão de quem encara de forma diferente, talvez pelas vivências pessoais que têm ou tiveram. Mas acima de tudo, por mais que pareça clichê: "Deus conhece o nosso coração", nossas intenções e emoções.
    Obs: gostei muito do blog, acabaram de ganhar mais um leitor. :g

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  10. Eu iria comentar, mas o Finotti, já disse o essencial. Apenas um adendo:

    O Magistério se pronunciou sim, e solenemente. Vou colocar a resposta que tive a alguns anos do Pe. Romo, FSSP:

    "No sólo yo estoy de acuerdo, Allan, sino además la palabra de Dios, y el juicio oficial del magisterio. Te las paso las citas en español y latín. No tengo Denzinger en portugués.

    ¡Animo! Lucha la buena lucha

    Eclesi 3:27 el que ama el peligro caerá en él.

    qui amat periculum in illo peribit
    Y oficialmente condenadas por el papa Inocencio XI, son las sentencias siguientes de Alejand

    Dz
    1211 61. Puede alguna vez absolverse a quien se halla en ocasión próxima de pecar, que puede y no quiere evitar, es más, que directamente y de propósito la busca y se mete en ella.

    2162
    Dz 1212 62. No hay que huir la ocasión próxima de pecar, cuando ocurre alguna causa útil u honesta de no huirla.

    2163
    Dz 1213 63. Es lícito buscar directamente la ocasión próxima de pecar por el bien espiritual o temporal nuestro o del prójimo.

    Condenadas y prohibidas todas, tal como están, por lo menos como escandalosas y perniciosas en la práctica.

    El Sumo Pontífice concluye el decreto con estas palabras:

    2167
    Dz 1216 Finalmente, el mismo Santísimo Padre manda en virtud de santa obediencia que los doctores o alumnos y cualesquiera que sean, se abstengan en adelante de las contiendas injuriosas y que se mire a la paz y a la caridad, de suerte que, tanto en los libros que se impriman o en los manuscritos, como en las tesis, disputas y predicaciones, eviten toda censura o nota e igualmente toda injuria contra aquellas proposiciones que todavía se controvierten por una y otra parte entre los católicos, mientras, conocido el asunto, no se emita juicio por parte de la Santa Sede acerca de dichas proposiciones (1).

    1211
    61. Potest aliquando absolvi, qui in proxima occasione peccandi versatur, quam potest et non vult omittere, quin immo directe et ex proposito quaerit aut ei se ingerit.

    2162
    1212 62. Proxima occasio peccandi non est fugienda, quando causa aliqua utilis aut honesta non fugiendi occurrit.

    2163
    1213 63. Licitum est quaerere directe occasionem proximam peccandi pro bono spirituali vel temporali nostro vel proximi.

    2164
    1214 64. Absolutionis capax est homo, quantumvis laboret ignorantia mysteriorum fidei, et etiamsi per negligentiam, etiam culpabilem, nesciat mysterium sanctissimae Trinitatis et Incarnationis Domini nostri Jesu Christi.

    2165
    1215 65. Sufficit illa mysteria semel credidisse.

    2166
    (Censura:) Omnes propositiones damnatae et prohibitae sicut iacent, ut minimum tamquam scandalosae et in praxi perniciosae.

    2167
    1216 (Conclusio Decreti:) Tandem, ut ab iniuriosis contentionibus doctores seu scholastici aut alii quicumque in posterum se abstineant, et ut paci et caritati consulatur, idem Sanctissimus in virtute sanctae oboedientiae eis praecipit, ut tam in libris imprimendis ac manuscriptis, quam in thesibus, disputationibus ac praedicationibus caveant ab omni censura et nota, necnon a quibuscumque conviciis contra eas propositiones, quae adhuc inter catholicos hinc inde controvertuntur, donec a Sancta Sede, re cognita, super iisdem propositionibus iudicium proferatur."

    Fonte: http://www.avidasacerdotal.com/2010/11/o-teologo-responde-beijos-abracos-e.html

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  11. Gostei muito da post Bárbara, a igreja e os santos sempre nos auxiliaram a fugir de qualquer possibilidade de pecado, isso porque somos de carne, e a carne sendo fraca devemos ter o espirito forte e conhecer a nos mesmo.

    Realmente, beijar não é pecado mas a forma como é feito pode se tornar ou levar ao pecado.

    São Francisco de Sales escreveu:

    “Nunca é lícito usar dos sentidos para um prazer impuro, de qualquer maneira que seja, a não ser num legítimo matrimônio, cuja santidade possa por justa compensação reparar o desaire que a deleitação importa. No próprio casamento há de guardar a honestidade da intenção (…)”²

    Que Deus te abençoe e Maria te guarde. Estou seguindo...

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  12. Concordo em tudo com o autor. Penso que o beijo simples no namoro, não é nada demais, demostra carinho. Mas um beijo de língua induz ao pecado mais grave. Por isso deve ser preservado para o casamento.

    Salve Maria!

    Paz e Bem!

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  13. Rafael Rosa, cuidado ao mencionar os santos sem atentar para o contexto em que viveram. Na época de São Francisco de Sales a união física dos esposos tinha um caráter mais negativo do que hoje. Enquanto anteriormente se pensava que o ato conjugal era um mal que seria tolerado aos esposos, hoje se percebe que a união conjugal possui um valor positivo em si mesmo por ser a concretização desse amor tão especial que une os esposos a ponto de se tornarem uma só carne e comunicarem o mistério da vida a novas pessoas.

    PS: O post sugere uma ótima reflexão e o blog está de parabéns :)

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  14. Barbara, vale a pena ver esta citação do Compêndio da Moral Católica, escrito pelo Padre Heriberto Jone:
    "236. b) Beijos e abraços. aa) Os beijos e abraços honestos, como se costumam dar em certas regiões em sinal de cortesia, amizade, parentesco ou amor honesto, são permitidos também entre pessoas de sexo diverso, contanto que não se façam por deleite carnal ou na polução que talvez deles se sigam. (...)
    bb) Os beijos veementes, prolongados ou repetidos constituem facilmente pecados graves. (...)
    cc) Os beijos em partes inhonestas ou menos honestas são pecados graves, como geralmente também os beijos de língua." (pags. 184 e 185)
    Se quiser ver o texto completo, baixe o livro... creio que está disponível no blog Alexandria Católica.

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  15. Luciana! Que bom vê-la aqui :D
    Esse é o livro que o Allan tinha me sugerido no facebook?

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  16. Não saberia dizer se é o livro que ele te indicou, Barbara.
    Salve Maria!

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  17. Um dia estava eu e meu namorado vendo alguns blogs.. e dae deparamos com este post.. faziam alguns dias do nosso noivado..
    No final de semana ele me chamou para conversar sobre isso.. e decidimos até o casamento não dar esses beijos mais ardentes.. pois queríamos guardar o melhor para o casamento..

    Foi uma benção de Deus, aliás.. está sendo.. dia 12 de outubro nos casamos!

    SALVE MARIA!!

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  18. Agora entendo pq os crentes casam tão jovens... é para não cair em "tentação"!

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    1. Por ''crentes'' você quer dizer ''todo aquele que crê em Deus''?
      Este é um blog católico.

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